Será que se arrependeram? - Parte 2
por Mário Efegomes Jr.
É o caso do australiano Hugh Jackman, vencedor dos prêmios Emmy e Tony, que iniciou a carreira em seu país natal alternando papéis no teatro (em musicais) e cinema. Já era um ator experiente quando aceitou viver na “telona” o papel de “Wolverine”, em “X-Men – O Filme” (2000), de Bryan Singer, primeiro longa desta prestigiada franquia. Ocorre que, pouco tempo antes protagonizar esse mega sucesso, Jackman recusou um convite para sabe o que? Nada mais, nada menos, encarnar Bond, James Bond! Pausa para o tema de Monty Norman: “Para, Pará, Parara”! Por pouco não se tornou o sexto ator a interpretar 007, inegavelmente o mais famoso agente secreto da história.
Penso que com essa recusa, Jackman demonstrou ter na vida real mais coragem do que o próprio 007 na ficção! Veja só, o rapaz perdeu a oportunidade de beber Dry Martini (mexido e não batido), vestir o indefectível Smoking com gravata borboleta, pilotar a toda velocidade o Aston Martin e, em minha opinião a maior perda, deixou de contracenar com a literalmente Dama Judi Dench (isso mesmo, a atriz recebeu o título de Dama das próprias mãos da Rainha Elizabeth II). Aliás, até o momento Dench é a única mulher intérprete de “M”, a poderosa chefe do MI6 – Serviço Britânico de Inteligência Secreta.
E o motivo da recusa? Hugh Jackman já estava compromissado com “X-Men”. Quem se deu bem foi Daniel Craig! Assumiu o posto em “Cassino Royale” (2006), de Martin Campbell, retornando ao papel nos quatro longas subsequentes. Sorte do britânico! Tornou-se o terceiro ator que mais vezes encarnou Bond, ficando atrás apenas dos inigualáveis Sean Connery e Roger Moore (este último, com absoluta certeza meu 007 favorito).
Você acha que um raio cai duas vezes no mesmo lugar? Parece que sim! Curiosamente a história acima se repetiu com o britânico Idris Elba, protagonista de “A Torre Negra” (2017), de Nikolaj Arcel. Veja só, em 2019 o ator foi cogitado para interpretar 007, mas recusou o papel sob o argumento de que não gostaria de ter sua carreia marcada por um personagem de tanta importância. Temos que reconhecer que, além de talento, Idris Elba tem muita coragem!
Julia Roberts era a primeira opção para interpretar a protagonista em “Sintonia de Amor” (1993), de Nora Ephron, mas por causa de outros compromissos recusou a oferta. Coube a Meg Ryan assumir o papel ao lado de Tom Hanks nessa sensível comédia romântica que considero, desculpe o mau trocadilho, “imperdível”, viu Julia? Especialmente para quem gosta de filmes como “Uma linda Mulher” (1990), de Garry Marshall e “Um lugar Chamado Notting Hill” (1999), de Roger Michel.
Nossa querida Julia Roberts viria a “pisar na bola” novamente em “Um Sonho Possível” (2009), de John Lee Hancock. Convidada, recusou protagonizar esse drama biográfico que conta a história do jogador de futebol americano Michael Oher. Sandra Bullock assumiu o papel com garra, envolveu-se na produção, recebeu ótimas críticas e foi premiada com o Oscar de Melhor Atriz!
Brad Pitt, que dispensa apresentação, administra muito bem a sua exitosa carreira. Todavia, recusou o papel de “Jason Bourne” em “A Identidade Bourne” (2002), de Doug Liman. Os motivos da recusa nunca ficaram claros, mas o personagem acabou sendo interpretado por Matt Damon e o filme fez um enorme sucesso, inclusive com várias sequências.
Falando em Matt Damon, por conta de compromissos previamente assumidos, esse excepcional ator teve que recusar o papel de “Jake Sully” no mega sucesso “Avatar” (2009), de James Cameron. Sorte de Sam Worthing! Embarcou na espaçonave, voou 4.4 anos-luz da Terra até Pandora e elevou sua carreira a outro patamar ao protagonizar esse épico da ficção científica que nos trás uma impactante e bela mensagem ecológica. “Eu vejo você”!
Tom Cruise, que coleciona sucessos desde os anos 1980, declinou do convite para viver “Tony Stark” em “Homem de Ferro” (2008), de Jon Favreau. Sorte de Robert Downey Jr. que andava com a carreira meio estagnada! Vestiu a armadura e fez o maior sucesso! Por conta desse filme, retomou o antigo prestígio em Hollywood e, entre outras produções, estrelou as sequências de 2010 e 2013. Robert segue até hoje dando vida ao personagem nos “arrasa-quarteirões” da franquia “Os Vingadores”, da Marvel.
Creio que ficou bem demonstrado como um simples “sim” ou “não”, independentemente da atividade que exercemos, pode mudar definitivamente nossa vida. Cabe a cada um fazer suas escolhas, dar o melhor de si e também contar com a sorte!
Mário Efegomes Jr. – Santos (SP), 26.05.2021
Fontes: Portais Google, Wikipédia e Pinterest.
* Mário Efegomes Jr. é natural de Santos, advogado, cinéfilo e aficionado por música.
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