Será que se arrependeram? - Parte 1

* Mário Efegomes Jr.
Convenhamos que nem todos têm a sorte de Bogie (forma carinhosa dos fãs se referirem a Bogart), visto que o papel de “Rick”, pelo qual será eternamente lembrado, simplesmente lhe “caiu no colo” meio que por obra do acaso. Fato é que vários atores, talvez por falta de visão ou mesmo azar na escolha ou recusa de papéis, acabam por fazerem péssimas escolhas.
Tom Selleck, por exemplo, era a primeira opção do diretor Steven Spielberg para o papel de “Indiana Jones” em “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981). Porém, como o ator já estava sob contrato no cultuado seriado da TV “Magnum” (1980-1988), em que interpretava o papel-título e pelo qual ganhou o prêmio Emmy, teve que declinar do convite. Que azar o dele! Jamais vestiu a jaqueta e o chapéu! Nunca brandiu o chicote mais icônico do cinema! Dá para acreditar? Mas, como o escolhido foi Harrison Ford, deu tudo certo! Uma hora e cinquenta e cinco minutos de pura ação, adrenalina e diversão! John Williams, por obséquio, faça soar os trompetes e trombones: Tâm, Tarâm, Tâm! Tâm, Tarâm!
Gwyneth Paltrow estava em evidência por sua atuação em “Emma” (1996), de Douglas McGrath, em que fez o papel-título nessa adaptação do romance de Jane Austen, quando recebeu o convite do diretor James Cameron para interpretar a romântica heroína “Rose” em “Titanic” (1997). Sucede que a moça não aceitou o convite. O motivo de sua recusa? Não se sabe, pois a atriz nunca quis se pronunciar sobre o assunto. Como sabemos, a vaga no transatlântico foi ocupada por Kate Winslet que, àquela altura, apesar de pouco conhecida pelo grande público, já se revelara uma ótima atriz na sua Inglaterra natal. Em decorrência do tremendo sucesso do filme, Kate e o seu par romântico Leonardo DiCaprio se tornaram verdadeiro fenômeno global de popularidade! O filme é espetacular e amado por plateias de todas as idades! Céline Dion, para nosso deleite, solte o vozeirão, pois “Jack” aguarda “Rose” no convés para uma vez mais “voarem” sobre o oceano ao pôr do sol!
Will Smith desde jovem construiu uma sólida carreira. Iniciou como músico e logo passou a atuar em séries de TV e depois cinema. Com exceção de vilões, já interpretou todo tipo de personagens, seja em comédias, romances, ação, drama, ficção científica etc. Todavia, mesmo tendo muita experiência, recusou o papel de “Thomas A. Anderson”, o famoso “Neo”, no filme “Matrix” (1999), de Lana e Lilly Wachowski. O motivo? Will teria justificado: “Tenho receio de estragar a obra, que considero desafiadora“ (mas, confesso, não entendi o porquê). Keanu Reeves topou o desafio e o filme foi um sucesso absoluto. Com suas duas sequências “Reloaded” e “The Matrix Revolution”, ambas de 2003, essa trilogia se tornou uma das mais aclamadas da história.
Penso que não são fáceis essas “Escolhas de Sofia”, com o perdão do trocadilho. Creio que atrizes e atores, quando dizem sim para um papel, além de um bom roteiro, direção e demais recursos necessários para a realização de um bom filme, precisam contar com muita sorte!
O espaço acabou, mas o tema será retomado oportunamente. Considero esse assunto curioso e na minha pesquisa encontrei outras histórias que merecem serem contadas!
Espero que tenha gostado. Obrigado pela leitura e até a próxima!
* Mário Efegomes Jr. é natural de Santos, advogado, cinéfilo e aficionado por música.
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