O papel da juventude na política brasileira

* Andressa Veiga
No decorrer da história política do Brasil, a juventude mobilizada e organizada certamente contribuiu para muitos resultados e transformações sociais. Todo esse protagonismo não se deu só no campo político, mas também nos clubes, nos grupos religiosos, nos fã-clubes de artistas, nas torcidas organizadas, nas atléticas universitárias, dentre tantos outros exemplos.
Toda a energia, paixão e devoção que os jovens, por fatores internos ou externos, e até biológicos e hormonais, são de fato, peça importante na engrenagem de grandes mobilizações e organizações, que, ao menos, sabendo deste fato, se empenham para organizar uma ala jovem de suas respectivas atividades, e no campo da política não seria diferente, prova disso é que existem juventudes partidárias em partidos dos espectros ideológicos mais variados.
Em um mundo de dualidades como este, há quem diga que os jovens são desregrados, não obedecem a regras e limites e que são questionadores e provocadores. Por outro lado, são empenhados e devotos nas causas que defendem, como constata o argumento acima.
Vale lembrar que as juventudes partidárias não são as únicas a exercer militância política, os movimentos estudantis e diretórios acadêmicos também assumem este papel, especialmente até mais no imaginário leigo e popular. O que implica em um grande desafio para as juventudes partidárias de se reinventarem e ocuparem cada vez mais o pleito estudantil e acadêmico, as obrigando cada vez mais a se reinventarem.
Talvez a maior popularidade de movimentos estudantis e suprapartidários, que é um grande desafio para as juventudes partidárias, se dê inclusive pela falsa imagem negativa que a mídia de massa imputa aos partidos políticos, os colocando como estruturas menos flexíveis, o que acaba sendo um impasse ao espírito jovem e questionador.
Este artigo vem no sentido de explicar que esta realidade está cada vez mais se transformando, em um contexto onde a mídia de massa tem perdido cada vez mais espaço, não é muito difícil encontrar nas redes sociais postagens e vídeos divertidos por parte de juventudes partidárias e suas lideranças.
Em contrapartida, a escolha de militar e se filiar a um partido político exige do jovem uma grande maturidade, mas em compensação desafia o jovem a lidar com questões importantes e a tomar decisões relevantes, o preparando como cidadão e até mesmo para o desafiador mercado de trabalho.
Outra informação que coloca as juventudes partidárias em destaque é a equidade de gênero, de acordo com dados do TSE, as mulheres são maioria na participação nas juventudes partidárias. Em um momento tão trágico da história brasileira, onde os jovens têm sido cada vez mais prejudicados com reformas governistas, a frase onde Leonel Brizola diz para que os jovens tomem nas mãos os seus respectivos destinos nunca fez tanto sentido, e para isso, a organização e mobilização político-partidária de juventude se faz muito necessária.
* Andressa Veiga é graduanda em Direito pela Universidade Metropolitana de Santos e atua como militante e ativista pelos direitos das mulheres, estudantes e da juventude.