De pais para filhos e netos - Parte 1
Por Mário Efegomes Jr.
Os exemplos já surgem com os pioneiros da “Sétima Arte”. Charles Chaplin (foto), que dispensa comentários, é pai de Geraldine Chaplin (foto), atriz que fez sua primeira aparição na telona aos 8 anos em “Luzes da Ribalta” (1952), clássico escrito, dirigido e estrelado pelo papai. Contudo, Geraldine somente ficaria famosa a partir de “Doutor Jivago” (1965), de David Lean, em que interpreta “Tonya”, a esposa do personagem-título. Em “Retratos da Vida” (1981), de Claude Lelouch, fez igualmente sucesso e pôde mostrar ao mundo seu talento como cantora. Há um fato curioso em sua carreira ocorrido em “Chaplin” (1992), de Richard Attenborough, cinebiografia em que Geraldine interpretou a mãe de Charlie (ou seja, a sua própria avó), merecendo também destaque a espetacular atuação de Robert Downey Jr. no papel-título, pelo qual foi indicado ao Oscar de Melhor Ator! Mas não teve sorte, pois quem levou a estatueta foi Al Pacino por sua impecável atuação em “Perfume de Mulher”.
Lloyd Bridges, já no início da década de 1950 era um ator famoso em Hollywood, principalmente pelos filmes de faroeste (por aqui ditos à época “bang-bang”). Em 1958 estrelou na TV dos EUA a série “Aventuras Submarinas” (1958-1961), da MGM Television, tornando-se imediatamente ídolo da garotada no papel de “Mike Nelson”. Com quatro temporadas e totalizando 155 episódios, a série se tornou lendária e manteve a popularidade por décadas. Em 1960 estreou no Brasil pela TV Record e chegou a ser reprisada pela TV Globo entre 1971 e 1972, sempre com sucesso. Seu filho Jeff Bridges era ainda um menininho quando já contracenava com o pai mergulhando nessas aventuras. Em 1989 Jeff Bridges, juntamente com seu irmão mais velho Beau e Michelle Pfeiffer, protagonizou o sucesso “Susie e os Baker Boys” (1989), de Steven Kloves. O filme é nostálgico, um pouco amargo e possibilitou a esse fabuloso trio mostrar todo o talento musical. Na década seguinte Jeff recebeu o Oscar de Melhor Ator por sua interpretação do cantor country decadente “Bad Blake” em “Coração Louco” (2009), de Scott Cooper. Jeff possui uma extensa filmografia e faz sucesso até hoje! Inclusive, participou de arrasa-quarteirões como “Homem de Ferro” e “Incrível Hulk”, ambos dirigidos por Jon Favreau em 2008.
Dakota Johnson ficou famosa ao estrelar o filme “Cinquenta Tons de Cinza” (2015), de Sam Taylor-Johnson. Ocorre que cerca de três décadas antes, sua mãe, a também atriz Melanie Griffith, se tornou uma estrela ao protagonizar o suspense “Dublê de Corpo” (1984), de Brian De Palma. Amparado no ótimo roteiro e cenas com enquadramentos inusitados, este filme é uma bela homenagem ao diretor inglês Alfred Hitchcock. Ainda naquela década, ao lado de Sigourney Weaver e Harrison Ford, Melanie Griffith protagonizou com enorme sucesso “Uma Secretária de Futuro” (1988), de Mike Nichols, que lhe garantiu a indicação ao Oscar de Melhor Atriz. O ator Don Johnson, que é pai de Dakota, além de uma extensa carreira no cinema, estrelou o seriado de TV “Miami Vice” (1984-1989), sucesso que durou 5 temporadas e totalizou 112 episódios. Você pensa que essa história acaba aqui? Definitivamente, Não! A avó de Dakota é a atriz Tippi Hedren que estrelou o para lá de cultuado “Os Pássaros” (1963), suspense dirigido por Alfred Hitchcock – veja o gênio sendo citado uma vez mais neste parágrafo. Na sequência, novamente a convite e sob a direção do onipresente Hitchcock, vovó Tippi Hedren fez o papel-título no thriller “Marnie, Confissões de uma Ladra” (1964), ao lado do inesquecível Sean Connery.
Kate Hudson já era uma atriz promissora quando coestrelou o ótimo “Quase Famosos” (2000), de Cameron Crowe, no papel da tiete “Penny Lane”, pseudônimo “emprestado” da canção dos Beatles que era usado pela personagem nas turnês da fictícia banda de rock “Stilwatter”. Todavia, somente atingiu o status de estrela ao protagonizar a comédia romântica “Como Perder Um Homem em 10 Dias” (2003), de Donald Petrie. O pai de Kate, Bill Hudson, é ator e cantor membro da banda Hudson Brothers. Sua mãe é a atriz e produtora Goldie Hawn, vencedora do Oscar de Melhor Atriz coadjuvante pela comédia “Flor de Cacto” (1969), de Gene Saks. Entre as décadas de 1970 e 1980, Goldie Hawn estrelou diversos sucessos como “Louca Escapada” (1974), de Steven Spielberg e “Golpe Sujo” (1978), de Colin Higgis. Em “Um Salto para a Felicidade” (1987), de Garry Marshal, mamãe Goldie Hawn dividiu os holofotes e câmara com Kurt Russel que, desde 1983, é seu marido e consequentemente padrasto de Kate Hudson! Um verdadeiro clã de atores!
Como tem sido recorrente, o espaço acabou e vários artistas de minha lista ficaram de fora e serão homenageados na próxima coluna!
Fontes: Portais Google e Wikipédia.
* Mário Efegomes Jr. é natural de Santos, advogado, cinéfilo e aficionado por música.
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